É muito comum ouvir dos nosdestinos residentes em São Paulo que esta cidade é triste, só faz frio, não tem horizonte, é poluída, as pessoas são sozinhas e só trabalham...e tantas outras reclamações. Eu sou nordestina e moro em São Paulo e posso dizer que essa cidade é peculiar. Propicia um clima de friozinho agradável para o dia-a-dia de trabalho, muito trabalho, mas quando faz sol...aahh, que delícia!! São tantos dias de garôa, botas de couro, correria, mas quando somos presenteados com um dia de sol paulistano, é sensacional! Corro para o parque Ibirapuera, que tenho a sorte de tê-lo perto de casa, e me deparo com uma natureza programada, organizada e muito agradável, onde todos fazem exercícios, piquinique, fumam nargile e outras coisitas, andam de bicicleta, passeiam com seus cachorrinhos e filhinhos. Cada cidade com sua realidade, seus costumes, sua história. E, mesmo sendo adepta da boa e velha praia com aquele visual de Recife, posso declarar aqui em público que gosto, curto e me sinto muito bem em São Paulo, cidade que me acolheu, na qual aprendi um monte de coisas, aprimoro meu profissional, e me conheço mais, sou mais independente. Um dia de sol em São Paulo, saco minha única ferramenta para registrar esse momento, meu celular, e tiro fotos casuais. Isso não tem preço!!
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Sol em São Paulo
É muito comum ouvir dos nosdestinos residentes em São Paulo que esta cidade é triste, só faz frio, não tem horizonte, é poluída, as pessoas são sozinhas e só trabalham...e tantas outras reclamações. Eu sou nordestina e moro em São Paulo e posso dizer que essa cidade é peculiar. Propicia um clima de friozinho agradável para o dia-a-dia de trabalho, muito trabalho, mas quando faz sol...aahh, que delícia!! São tantos dias de garôa, botas de couro, correria, mas quando somos presenteados com um dia de sol paulistano, é sensacional! Corro para o parque Ibirapuera, que tenho a sorte de tê-lo perto de casa, e me deparo com uma natureza programada, organizada e muito agradável, onde todos fazem exercícios, piquinique, fumam nargile e outras coisitas, andam de bicicleta, passeiam com seus cachorrinhos e filhinhos. Cada cidade com sua realidade, seus costumes, sua história. E, mesmo sendo adepta da boa e velha praia com aquele visual de Recife, posso declarar aqui em público que gosto, curto e me sinto muito bem em São Paulo, cidade que me acolheu, na qual aprendi um monte de coisas, aprimoro meu profissional, e me conheço mais, sou mais independente. Um dia de sol em São Paulo, saco minha única ferramenta para registrar esse momento, meu celular, e tiro fotos casuais. Isso não tem preço!!
domingo, 5 de setembro de 2010
Eu voltei...
Escrevo para dizer que voltei a escrever no meu blog abandonado por meses! E nesta nublada manhã, tive a luz de fazer uma faxina no meu quarto, arrumar papéis, contas, fotos antigas. Ótima maneira de relembrar passados recentes, com o que gastei, que festas fui, por quem me apaixonei (só por um instante, hehe). É bom dá essa chacoalhada na memória, os sentimentos voltam. Até ouvi o disco gravado para mim por minha amiga Naninha (pequena que está na minha frente na foto acima), entitulado "Para Matar a Saudade de Olinda", recordando sucessos do Eddie, Bom Sucesso Samba Clube, Junio Barreto, A Roda. Então, vim para o computador e encontrei minha amiga Rita (a que está atrás de mim na foto, pintada de branco abaixo do olho, de boca aberta), amiga de adolescência de Recife. Aí a nostalgia estava completa. Depois de contarmos as novidades sobre festas, namorados e trabalho (este último tomando mais de 80% dos acontecimentos), relembramos nossas festas loucas que costumávamos ir aos 20 e poucos anos. Como era bom... quando comecei a gostar de tomar cachaça, nas 5o NP (quinta-feira night pesada). "Bote bote seu João, bote pra mim uma lapada, bote seu João, que eu vou aloprar com a namorada". Estávamos sempre juntas, eu e minhas amigas. Sempre tínhamos companhia para sair, assuntos para conversar, filmes para assistir. Na foto ainda estão, da esquerda para direita: Dani Volume, minha amiga de facul e muito querida; Maíra, baixinha e fofa, Renata abaixo de Maíra, amiga da minha prima Moara e minha também; Naninha na minha frente, minha primeira melhor amiga, nos conhecemos antes mesmo de nascer; atrás, Rachel, amava muito ela; Rita, queridíssima, como nos divertimos juntas, e Alice, Alécia para os íntimos, uma pessoa fantástica e linda. Só falta Belle na foto, minha alma gêmea. Esta foto foi, claro, no nosso bloco de carnaval preferido, onde sempre nos encontramos, todos os anos (em Olinda, óbvio), o EU ACHO É POUCO. Cores: vermelho e amarelo. Símbolo: o Dragão, sempre doidão.
Recife e Olinda sempre foram vanguardistas em cultura. As coisas aconteciam, as festas traziam as novidades da música mundial, e ainda traz. Nossos músicos sempre inovando; nossos artistas plásticos, muitos, sempre impressionando. As pessoas sempre arrumadas no stilo Pernambuco de ser. A nossa moda era (é) própria. Reconheço alguém de Recife pelo estilo de roupa. E se abrir a boca então.. é massa mesmo. Recordar é viver. Lembrar de "a minha dor é Doriana e a dor dela é Adorella", "Rosa Amarela", "Menina Mulher da Pele Preta", "...eu só aceito a condição de ter você só pra mim.." e, claro, "Olinda...quero cantar...a ti...esta canção...". Sei que a vida é feita para que possamos conhecer a maior quantidade de coisas, termos bastante experiência, e é isso que me deixa feliz. Mas o nosso lar, nossas raízes, nossas primeiras experiências são as melhores do mundo. Como uma boa Pernambucana que sou (mesmo nascida em João Pessoa, só fiz nascer) Pernambuco é o Melhor Lugar do Mundo. Sei que tenho que sair, mas pensando em sempre voltar. E sair, e voltar, e sair, ... e voltar.
domingo, 13 de junho de 2010
Vem cá...

13 de junho, Santo Antônio, domingo, sol e frio. Certa das contradições desconcertadas, tenho que entender que esse negócio de amadurecer não acaba nunca!!! Sei que é massa sentir que aprendemos com os erros, o sofrimento fica ameno com o tempo, porque conseguimos entender melhor os acontecimentos. Mas será que não tem uma hora que nos tornamos experts em amadurecência? Porque tô cansada de passar por altos e baixos, sempre tendo que tirar uma lição de tudo. Pessoas complicadas, tramas enrolados. Por que as pessaos complicam o simples??? Pelo amor de Deus!! Não vou me acostumar nunca com a solidão paulistana, chuchu de longe, falta de show do Eddie do lado de casa e, principlamente, falta da comida com carinho de mainha todo dia!
domingo, 6 de junho de 2010
Minha vida é andar por esse mundão...
Em Foz, após a festinha, congresso findo, seguimos para Buenos Ayres, via Ciudad del Este no Paraguay. Sim, atravessamos a Ponte da Amizade e fomos para o aeroporto, de lá fizemos conexão em Assunção e chegamos a Buenos Ayres. Eu ainda passando mal do fígado, toda uma ressaca, mas só fisiológica. Chegamos em pleno feriado argentino, e não sabíamos, era comemoração do bicentenário da revolução de 25 de maio, para eles quando a repúlbica foi instaurada. Muita festa todos os 4 dias que passamos lá. Linda cidade, europa com precinhos baixos. Visitei os bairros da Ricoleta, Palermo, o Museo de arte latino-americona, os monumentos históricos. Gostei muito da comida e fui com a cara dos argentinos. Até Dieguito me pareceu simpático.
Esta semana estive na minha(s) terra(s), Olinda e Recife, no congresso de criatividade. Vocês têm alguma noção do que seja um congresso de criatividade?? Pois bem, vários cientistas do Brasil, que fazem parte da rede de educação em ciências, idealizada pelo Professor Leopoldo de Meis (UFRJ), discutindo temas criativos e se inspirando para divulgar ciência de forma lúdica. Falamos de arte, informática, desfile de moda e bioquímica, sindicalismo, DNA, bloco de carnaval e afoxé, reciclagem do lixo, vermes, surdos e Recife, enfim...isso merece também uma nova postagem. Mas o que fica é que conhecer é maravilhoso!!! Temos a capacidade de dialogar com as mais diversas áreas. Somos interdiciplinar. Existem pessoas que fazem a diferença utilizando as ferramentas que o multiconhecimento proporciona. Quanto mais viajamos, conversamos e conhecemos pessoas, nos interessamos pelo diferente, mais somos multi. A criatividade vem do acúmulo de informações diferentes. Isso me deixa muito feliz. Temos que ser criativos, criar... para mudar. Então, precisamos conhecer!!
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Perfeição
A perfeição....das coisas, da natureza, da vida....A ciência nos ajuda a entender como o mundo é perfeito, a descobrir o mistério da perfeição da vida!! Na natureza, tudo se encaixa, tudo tem um sentido de ser, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma!! Energia está relacionada a transformação, e da energia vem calor e trabalho! A capacidade de realizar trabalho vem, por exemplo, da energia produzida em alguma reação química, como a combustão. Combustão que acontece o tempo todo dentro de nossas células e dentro de um motor de carro. Do mesmo jeito que a gasolina é queimada para produzir o trabalho de fazer o carro andar, o açúcar dentro de nossas células, que se encontra lá porque ingerimos, é queimado e produz energia para realizarmos todos os trabalhos da vida: correr, respirar, dormir, pensar. Não é difícil entender os mecanismos bioquímicos e a química da vida, pois tudo, no final, faz tanto sentido...
O que me recompensa em meu trabalho é, depois de muito quebrar a cabeça, finalizo um experimento que me revela mais uma verdade da natureza. Essas revelações são como segredos sagrados que nos são confiados quando questionamos, com muita fé e vontade, o porquê das coisas. Quando quase que vivemos para isso. Quando chegamos ao nosso limite da vontade de saber...quero saber...preciso saber... O cientista tem essa missão: viver para descobrir as verdades do mundo. E espalhar para os seus. E todas elas só confirmam uma coisa: a natureza é perfeita!!! Só pode ser coisa de Deus!
sábado, 8 de maio de 2010
Em tempos de transição
O horóscopo dizia: essa é uma fase de transição em sua vida, aproveite da melhor forma para aprender. Não estou fazendo...logo, tanto trabalho, tanto tempo, planeta sendo feito, gente sendo feita, e eu estragando tudo com meu mau humor.
Lembro de quando tinha 20 e poucos anos e um namoro findo. Triste, fui fazer umas seções de reik, que filtrou minha energia livre de Gibbs, toda minha entropia, entalpias, realmente transcendental. Quero algo parecido, reik, sementinhas de acunputura, reuniões da Bem Comum, escape.
Sabe uma coisa que não posso fazer? Reclamar! Sabe outra? Desistir. E do que preciso? Concentração. Estudar, organizar, finalizar e surpreender.
domingo, 25 de abril de 2010
Domingo Adoniran Barbosa
Hoje aconteceu uma homenagem à Adoniran Barbosa no parque Ibirapuera. Um lindo show com várias participações especiais como Demônios da Garoa, o próprio Ernesto (Arnesto), que marcou um samba no bexiga e deu o maior bolo, Arnaldo Antunes, Jair Rodrigues. Este último cantou, de forma emocionante, Bom dia Tristeza, composição de Adoniran e Vinícius de Moraes. Vai uma palhinha para vocês:Que tarde tristeza
Você veio hoje me vê
Já estava ficando até meio triste
De estar tanto tempo longe de você
Se chegue, tristeza
Se sente comigo
Aqui, nesta mesa de bar
Beba no meu copo
Me dê o seu ombro
Que é para eu chorar
Chorar de tristeza
Tristeza da amar
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Arde aqui dentro de mim uma louca vontade...
terça-feira, 20 de abril de 2010
Raul Córdula - 50 anos de Arte e Amor

Exposição Raul Córdula, meu pai amado, em comemoração aos seus 50 anos de artes plásticas!!
(...) Todos os rótulos, escolas, manifestos, radicalidades programáticas, dissipações cognitivas, todas as dissertações analítico-universitárias, cartografias desejantes, todos os excluídos, sem esquecermos o sentimento trágico do mundo nem o indispensável senso de humor. Todas e todos percorrendo a MEMÓRIA-DURAÇÃO-instauradora na história das artes implodindo em conteporaneidade. Perduração do olhar nas poeticidades. (...) Fecundas contradições da lei do desejo no corpo mutante dessas e outras INSTAURAÇÕES.
Jomard Muniz de Britto
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Viajar...
Semana passada viajei bastante, fisicamente e a trabalho, mas com intensa contribuição pessoal, uma viajem espiritual, astral, carnal. Comecei por Mossoró, SBPC regional. Calor e gente tranquila. Uma viajem de minicurso, improviso e manha. Para espalhar a ciência pelo país, conhecer pessoas, mostrar para o povo que DNA e banana estão intimamente ligados. Depois, Rio de Janeiro..., que viajem. Primeiro, que cidade!! Como pode ser tão linda e boêmia!! Tanto samba e poesia, Lapa...Arcos...lembrei de meu pai, no dia de seu aniversário, viajando no bondinho da lapa, viajando em sua juventude, sua história, minha história.
Nunca tinha ido a um congresso ligado ao movimento estudantil. Delegada representante da UNIFESP, tinha direito a voto e voz. Grupo de discussão sobre políticas públicas, leis que regem nossa pós-graduação em âmbito nacional. Muita discussão, intensos conflitos de interesse, retórica, demandas, encaminhamentos, articulações. Lindo congresso, boemia. Cerveja para chegar a um estado de energia cerebral acima do normal, onde mora a criatividade. Abaixo do nirvana, acima do normal, entendem o que quero falar?? Noites sem dormir, taquicardia, mãos frias, complemento, satisfação plena e concreta...finalmente! Um beijo de boa noite, um samba mal dançado, um voto pela educação a distância. Sorrisos novos, palavras novas, idéias novas, viajens novas. A viajem é para todos os sentidos, e dentro de mim!! Quero viajar sempre, não posso mais parar!!
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Karina Buhr
Carnaval 2003. Olinda, Eu acho é Pouco, shows em pólos de animação em Olinda e Recife. Lembro que assisti a um show da banda Eddie, que trabalhava o seu CD Original Olinda Style. Eu me sentia a própria Original Olinda Style (eu sou, garota de Olinda, e tal). Repetia tanto esse slongan que minha madrasta, um dia desses, falou que ouviu em algum lugar a frase e pensou que alguém havia copiado de mim! Tinha 22 anos, muitos amigos e a alegria de um início de carnaval. Fui colombina pintada de azul, grega, ultra-violeta! Uma semana depois do carnaval, meu aniversário junto com o do meu irmão. Também inesquecível, um festão, churrasco com feijoada. Chovia, a casa cheia de goteiras...mas todos os amigos foram e dançamos na área de serviço. Ganhei o disco Eddie Original Olinda Style. Como gostava de "Pode me chamar que eu vou..." e "Me dê uma cachaça..", lembrava meu amigo Sapo. Mas havia um detalhe em uma música daquele cd, uma voz macia, doce, gostosa..de uma mulher chamada Karina Buhr. A voz suave de Karina com a grave e não menos macia de Fabinho Trummer combinavam, cativavam. E como. Eles cantavam a música "O céu", que fala do ofício dos familiares (dos autores?), pai, mãe, irmãos, que trabalhavam com faca, tesoura, pincél. A essa altura eu me identificava com tudo que as letras da banda falava. Via minha mãe no trecho "Trabalha com tesoura, tecido, com linha, botão... " e meu pai em "..trabalha com pincél, pintou o céu, trabalha com amor". Gostei! Fui a outro show do Eddie, mas não era comum a participação de Karina Buhr. Descobri que ela tocava em uma banda chamada "Comadre Florzinha". Fui atrás. Também me agradei muito, como era gostoso dançar ao som de "se o mal tiver aqui o mal vai ter que ir embora, que mal, que nada...". Assitir a Karina era bom. Algo como calmaria e volta pra casa. Mês passado, como quem não quer nada, entrei no facebook e vi uma nota de Junio Barreto falando do show de lançamento do CD sólo de Karina Buhr, no sesc Pompéia. Fui. Karina diferente. Deslumbrante. Bom. Muito bom. Muito melhor. Lindo show, linda performance. Karina lançou seu disco, intitulado "Eu menti pra você". Agora não consigo mais parar de ouvir. De novo.TPM

...sensação que o mundo vai acabar...grito súbito ao cair um lápis da mão....
sentindo uma agitação do mundo.....agente pula contra a vontade do chão....
não tenho desejos...quero, não quero....líquido...linfa...
preocupação
ansiedade
falta de imaginação...quero voar...não quero
concentração, não mesmo
67, 68, 69!!!
fraqueza afetiva, tristeza repentina, choro fácil, sentimento de rejeição
impaciência
De repente, DEUS, por favor...água corrente na nuca, frio, calor...alívio
...e recomeça o ciclo, a vida, a alegria, a mulher..
uma taça de vinho, por favor!
sentindo uma agitação do mundo.....agente pula contra a vontade do chão....
não tenho desejos...quero, não quero....líquido...linfa...
preocupação
ansiedade
falta de imaginação...quero voar...não quero
concentração, não mesmo
67, 68, 69!!!
fraqueza afetiva, tristeza repentina, choro fácil, sentimento de rejeição
impaciência
De repente, DEUS, por favor...água corrente na nuca, frio, calor...alívio
...e recomeça o ciclo, a vida, a alegria, a mulher..
uma taça de vinho, por favor!
Imagem: Frida Khalo
Inspiração: letra Karina Buhr (sem idéia)
domingo, 4 de abril de 2010
quarta-feira, 31 de março de 2010
Malandro é malandro e mané é mané...
Imaginem vocês que, em meio aos grandes centros de pesquisa da Inglaterra, na metade do século passado, existiam dois grupos de pesquisadores empenhados em desvendar o segredo da vida: a estrutura do DNA. Em Londres, o grupo de Rosalind Franklin (29 anos) e Maurice Wilkins (33 anos), especialistas na técnica de difração de raio-X, ou seja, tiravam "foto" de moléculas, algo parecido com as chapas de raios-X que tiramos de pulmão ou de ossos nos hospitais. Em Cambridge, Francis Crick (físico, 35 anos) e James Watson (biólogo, 23 anos), dois pesquisadores aficionados pelo DNA e inspirados no livro O que é a vida? do austríaco Erwin Schodinger, um dos fundadores da mecânica quântica, que sugeria como a física, sobretudo a mecânica quântica, podia ser aplicada à genética. Watson e Crick queriam criar um modelo para a molécula de DNA, porém não entendiam bulhufas de química e muito menos de difração de raio-X. Mas eram gênios...e astutos! Francis Crick era cheio de confiança na própria capacidade. Ele não se prendia muito ao método, ir para a bancada e fazer experimentos para provar uma hipótese dava muito trabalho! Gostava mesmo de concluir sobre o trabalho dos outros e, pasmem, costumava produzir teorias inovadoras e brilhantes. James Watson era um jovem cientista americano obcecado pelo DNA, mas não deixava de curtir a boemia da idade. A questão é, de tanto especularem, tomando cerveja nos pubs ingleses de Cambridge, sobre as forças, ligações e moléculas que estruturavam o DNA, Watson e Crick criaram várias hipóteses que foram sendo pouco a pouco confirmadas a medida que Watson xeretava os seminários de discussão de resultados do grupo de Rosalind Franklin em Londres, principalmente quando se tratava das chapas de raio-X tiradas do DNA. As fotos foram feitas por Rosalind, mas as conclusões tiradas por Watson e Crick baseadas nas chapas eram mais reais no que se tratava da estrutura do DNA. Eles logo espalharam aos quatro ventos que haviam descoberto tal estrutura, só que... a comprovação, o resultado concreto não era deles. Isso deu um rolo...chegaram a ser banidos da comunidade científica e proibidos de trabalharem com DNA. Quem estava certo, aqueles que detinham a hipótese sem confirmação ou a confirmação sem hipótese?? Com o tempo e com a certificação de que suas teorias faziam muito sentido, Watson e Crick foram reaceitos e em 1953 foram publicados na revista Nature, número 171 (qualquer coincidência...) os seguintes trabalhos: Molecular structure of nucleic acids: a structure of Deoxyribose nucleic acid (Watson/Crick, p.737-738); Molecular structure of Deoxypentose nucleic acid (Wilkins et al., p.738-740); Molecular configuration of sodium Tymonucleate (Franklin/ Gosling, p.740-741). Em 1962 Watson, Crick e Wilkins ganharam o Prêmio Nobel de Medicina por esses trabalhos. Rosalind Franklin havia falecido meses antes, por isso não foi contemplada com Prêmio, talvez a maior merecedora.É galera, o ego humano desafiou os princípios éticos, mas trouxe benefícios para humanidade, como, por exemplo, a elucidação do segredo da vida e toda a tecnologia que veio a partir daí, com a biologia molecular.
domingo, 28 de março de 2010
A imunização Racional
Imunização - aquisição de proteção imunológica contra uma doença infecciosa. Mas o que falar sobre Imunização Racional? Em 1975 o compositor brasileiro Tim Maia lançou o álbum Racional (vol. 1 e 2) enquanto participava da ideologia da Cultura Racional, liderada por Manuel Jacinto Coelho. A Cultura Racional é a cultura do desenvolvimento do raciocínio, do mundo que deu origem ao que habitamos hoje, e esta cultura, desenvolvida com a "Imunização Racional", representa o perfeito equilíbrio entre lógica e emoção. Razão e emoção equilibrados orientaria o ser humano, libertando-os de angústias, tristezas e os mais diversos males. A Cultura Racional define, de forma lógica e com comprovações, sobre a origem do universo. Fala que os seres chamados habitantes do Mundo Racional (corpos de energia pura, limpa e perfeita), estavam na Planície Racional e viviam em harmonia, até que alguns resolveram experimentar uma parte da planície a qual não estava pronta para entrar em progresso. Nesse processo começou a ocorrer perda de virtudes e assim todos foram descendo, uns mais e outros menos, até que fosse formado o Universo. Sendo assim, segundo essa teoria, a missão do animal Racional (ser humano) seria a de retornar ao seu estado original de equilíbrio, pureza e perfeição (wikipedia.org). A Cultura Racional não é uma doutrina, nem ciência, nem filosofia, e sim a explicação da própria essência do ser humano. A vacina para a imunização é ler a Obra de 1000 livros "Universo em Desencanto", que reúnem os ensinamentos do caminho do bem. A fase racional de Tim Maia é considerada por muitos a melhor e mais criativa, com grandes influências de funk e soul, além da alta qualidade de sua voz. Nas letras, Tim apresenta a ideologia e incentiva a leitura do livro Universo em Desencanto, misturando em seu funk inglês com português, universalizando assim sua "pregação". Hoje em dia já é bastante comum ouvir Tim Maia Racional em filmes e casas noturnas, apesar do próprio Tim ter recolhido as cópias dos LPs ao se "desencantar" com a ideologia. Quem nunca ouviu "uh, uh, uh, que beleza (...)". Para quem gosta de música nacional da boa, o grupo pernambucano DIZMAIA está em temporada este semestre em São Paulo, com apresentações no Studio SP (Rua Augusta 591) e Sarajevo (Rua Augusta 1397, quintas de abril). Vale muito a pena! And you gonna known the truth!Bem Vindos, Bienvenidos, Welcome...

É com muito prazer e emoção que começo este blog, um espaço para compartilhar minhas viagens transcendentais, filosóficas e culturais com quem queira saber. Aproximar os amigos, trocar opiniões e expor trabalhos e convites de eventos que valem a pena. Mas antes de começar, vou elucidar o porquê do título "No Meio de Cultura". Cultura, do latim cultura, cultivar o solo, cuidar. Este nome tem um duplo sentido: além de significar um espaço de discussão sobre cultura em geral (de movimentações artístico-culturais de qualquer lugar que seja até cultura científica, por que não?) também homenageia meu dia-a-dia de bioquímica que trabalha com biologia molecular: sempre fazendo meio de cultura para bactéria. Sim, porque esse meio é um ambiente rico em nutrientes que permite que as bactérias e outros organismos cresçam e se desenvolvam rapidamente. É um meio nutritivo, como deve ser este nosso espaço de comunicação, repleto de proteínas, açúcares, vitaminas e energia para mente e alma. Vamos cuidar do solo, cultivar a idéia, cultuar o saber. Afinal de contas, nossa existência é a conclusão do pensar, segundo Descartes (pense numa viajem).
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